quinta-feira, 10 de julho de 2008

Mudanças...

Essa me menina me surpreende a cada dia.
 
"Sim eu tenho ossos

Eu nem sabia disso, mas sim, eu sou um ser humano vertebrado!
Primeiro os ossinhos dos ombros apareceram (que lindos), depois dos quadris, minhas costelas (que delícia).
E assim eu comecei a caber no mundo, um mundo que foi feito para pessoas de n° 42 para baixo... " Amanda Nogeuira - http://impressaovirtual.blogspot.com/2008/07/sim-eu-tenho-ossos.html

 

Parabéns Amanda....

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Coisa de cinema.

"Olá, bom dia! em que posso lhe ajudar".

 

Com a cirurgia o acompanhamento médico passa a ser constante, com o passar dos meses os intervalos entre as visitas ao médico vai aumentando, mas ainda sim é periódica. Com quase seis meses de operado e mais de 30 quilos emagrecidos voltei ao laboratório para refazer os exames de sangue e saber como anda minha saúde.

 

Parecia filme de Hollywood, todas as moças bem apessoadas, de uniforme e sorriso estampado no rosto. O ambiente é bem decorado, com a TV ligada em algum canal de desenho e um certificado na parede, "O único laboratório com certificado ISO 9000". O atendimento foi rápido, era uma manhã chuvosa de um sábado preguiçoso e havia poucas pessoas na "fila".

 

Ao me sentar na cadeira para a coleta de sangue, a enfermeira**, pergunta para mim: "E aí, como foi a cirurgia?" Foi muito legal ver que depois de vários meses (fiz os exames no início de dez/07) ela ainda se lembrava de mim.

 

Os exames ficaram prontos, os resultados já estão comigo. Meu lado Dr. Hyde fez com que abrisse os exames... Eh!Eh!Eh!Eh! Aparentemente estou com uma leve anemia, mas só a médica poderá confirmar essa hipótese.

 

**Não sabia como chamar a pessoa que coleta as amostras para os exames, por isso a chamei de enfermeira.

sábado, 21 de junho de 2008

Bate-papo de MSN...

Amandinha - Feliz da vida diz (17:37):
oi menino
Amandinha - Feliz da vida diz (17:37):
sabe quem eu sou né
Amandinha - Feliz da vida diz (17:38):
eu tava sentando no banco do onibus hj... ai lembrei de seu blog... lembrei de um comentário que queria fazer p vc... um comentário estranho...
Amandinha - Feliz da vida diz (17:38):
talvez engraçado...
Amandinha - Feliz da vida diz (17:38):
:-)
Amandinha - Feliz da vida diz (17:38):
é estranho caber no mundo pela primeira vez

***A Amanda opereou o estômago dia 17 de dembro de 2007, e como vocês podem ver, ela está muito feliz.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Da série: "respostas que não aguento mais dar"***

"Não! Eu não senti dor depois da cirurgia".

 

"Não, eu não sinto fome".

 

"Não, eu não preciso fazer regime".

 

"Posso comer, só não cabe".

 

"Eu não como só coxinha, citei a coxinha como referencia de porção".

 

"Já tenho "x" dias de operado".

 

"Já emagreci "n" quilos".

 

"É! Eu só como isso, não cabe mais nada!".

 

"Regime? Pra que? Eu não como quase nada!".

 

"Devo emagrecer "n" quilos em um ano".

 

***A série de respostas que não aguento mais dar foi inspirada no blog: www.avidacomlogan.com.br

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Cai ou não cai?

"Hei, hei! Você se lembra da minha voz?"

 

Estou desesperado... Eu já tenho o cabelo fininho, e agora ele começou a cair... Aaaaaaahhhhh Não pera, calma,  não posso me descabelar... Hehehehe.

 

Brincadeiras à parte, esse é um assunto sério, no ultimo mês percebi um aumento na queda de cabelo. A parte estética não é o principal motivo de preocupação, mas sim, a qualidade da minha alimentação.

 

Como voltei a trabalhar, o "descuido" é maior e mais presente. Em casa sempre tinha por perto frutas, legumes e vegetais e independente da hora que desse fome eu podia "atacar" (sempre com moderação é claro). No trabalho não é bem assim, hora do almoço é hora do almoço e como sou um ser carnivoro, dou preferência as carnes.

 

Continuo tomando os remédios que a médica indicou (Vitergan Zinco e Complexo B), passei a comer mais verduras - principalmente as verdes escuras - e farei exames para monitorar como anda meu organismo. Passarei com a minha médica para orientações e assim que tiver os resultados, conto para vocês...

 

"Ela contina a mesma, mas os meus cabelos!!!***"

 

***Clássico da publicidade brasileira dos anos 70

No Youtube tem o comercial se vc quiser conferir... www.youtube.com/watch?v=A2ALKyLK82A

sábado, 17 de maio de 2008

Atualizações, não tão atuais.

"Por que novos post´s estão cada vez mais difíciceis de aparecer?"

 

Quem não se lembra do primeiro beijo, do primeiro amor, ou da primeira viagem sem os pais? A primeira vez pode não ser a melhor ou a mais gostosa, mas com certeza, é nossa referência.

 

No pré-operatório, cada etapa do processo leva a uma nova expectativa, um novo sentimento e um novo post. No pós-operatório as coisas degringolam de vez, seu corpo está diferente, sua mente não conhece a reação e comportamento do seu novo estômago e a cada medo e superação gera assunto para um novo post.

 

Com o passar dos dias as coisas tendem a se repetir e a rotina passa a imperar nessa nova fase da vida, é quando começamos a nos preocupar com o mundo que nos cerca. Não precisamos mais reaprender a como lidar com o nosso corpo, não precisamos mais reaprender a comer e começamos a (re)ver nossa vida como um todo.

 

É um período de poucas mudanças e novidades, mas é muito importante para melhora continua de nossa qualidade de vida.

 

"Simples, porque as novidades são cada vez mais raras!"

sábado, 3 de maio de 2008

A “guerra” dos 100 dias.

Não meus amigos! Não estou falando de batalhas napoleônicas do início do século XIX e nem de conflitos armados de 1967– na faixa de Gaza – entre Israel e a Palestina, mas sim do centésimo dia da minha gastroplastia. Pode parecer estranho comparar essa nova etapa da vida com uma guerra, mas se pararmos para pensar, estamos sim em uma batalha.

Toda a jornada de nossas vidas é baseada em conflitos pessoais. Primeiro há o chamado, onde o “herói” descobre sua missão, seu compromisso... em seguida vem a dúvida, a tentação de permanecer em sua zona de conforto. E por fim, o conflito com os próprios medos, que o levam na direção da cruzada heróica e ao desenvolvimento pessoal.

Com a gastroplastia não é diferente, assim como na adolescência, nosso corpo muda, nossa cabeça muda e o mundo em nossa volta permanece o mesmo. Por isso é fundamental que esse “conflito” pessoal aconteça, para nos reafirmarmos como pessoas e encarar o mundo como os heróis que somos.

“Que a força esteja com você”.

*A Saga do Herói é uma referência ao estudo sobre o poder do mito, de Joseph Campbell, presente na sextologia de Guerra nas Estrelas e em dezenas de outros contos e estórias sobre a luta contra o bem e o mal.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Dois pesos, duas medias II

Confesso! Ainda não sei como medir as porções. Na primeira vez não liguei, na segunda prestei atenção, mas a terceira vez a “luz amarela” acendeu, por três vezes exagerei no tamanho do prato e desperdicei comida. Parece propaganda de lamina de barbear, a primeira faz cham, a segunda faz chum e... cham... cham... cham...

Não é fácil, para dosar as porções de casa costumo usar pratos menores, assim fica mais fácil de saber quando a comida é suficiente, só que, os restaurantes costumam ter pratos grandes, largos e imponentes... que referência usar então?

Freqüentar restaurantes por quilo e pegar comida suficiente é o desfio dessa fase. Em casa as opções do cardápio são mais restritas (com um ou duas opções de mistura), podemos comer com mais calma e aproveitar de melhor maneira a refeição.

Algumas pessoas gostam de dizer que “renasceram” no dia em que foram operados, prefiro dizer que esse novo “nascimento” acontece no dia em que tomamos a atitude de mudar. E como qualquer criança, precisamos aprender.

Vivendo e (re)aprendendo.

terça-feira, 15 de abril de 2008

E ai? Vamos malhar?

Fuja do sofá.

Emagrecer não é fácil! É comum assumir que perder peso é mais difícil do que parece, principalmente para quem realmente precisa emagrecer. Com a cirurgia o emagrecimento vem com uma facilidade impar e mesmo com a sua inércia para os exercícios, vários quilos são eliminados.

De acordo com o Dr. Dráuzio Varela, se formos esperar a vontade aparecer para fazermos exercícios, ficaremos estáticos para o resto da vida. Mas como fazer então para nos mexer? Para quem já foi um “ativista” dos exercícios é mais fácil – é como andar de bicicleta – rapidinho você pega o jeito.

Para quem nunca gostou de mexer o corpo a coisa é mais complicada, pois cada um tem uma relação diferente com os exercícios e o próprio corpo. Os operados que já emagreceram bastante sabem do que estou falando, é difícil se mexer carregando uma massa extra de peso, e essa relação demora a mudar.

Disciplina é a palavra chave para quem quer se exercitar, marcar hora com um personal training, fazer aulas de ginástica, dança, freqüentar academia, fazer natação, etc. Esse compromisso de horário é um forte aliado para você sair de casa e mexer o esqueleto.

Se você não tem grana ou tempo para freqüentar uma academia, você pode mudar pequenos hábitos que também farão a diferença: use as escadas ao invés do elevador, desça um ponto antes do busão, faça caminhadas no final do expediente – você relaxa do stress do trabalho e pega um trânsito menos congestionado.

Busco minha atividade predileta, procure você a sua.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Mais resultados, e sutis mudanças

“Quando vou tirar essa cinta?”

Com um pouco de atraso, comento meus sessenta dias de operado. Esse segundo mês foi bem mais “suave”, não tenho mais problemas com a alimentação, já não preciso mais usar a cinta elástica e já posso fazer qualquer atividade física. Confesso - que nem todos - foram dias de tranqüilidade, como já escrevi anteriormente. Nossa cobrança pessoal é muito presente e sempre me pergunto se estou fazendo meu melhor. No segundo mês de operado emagreci mais quatro quilos, fazendo 23 no total.

A liberação do uso da cinta elástica foi um alívio. O grande inconveniente da cinta é que freqüentemente ela enrola no corpo e é preciso ajeitá-la o tempo todo, fora isso, dá para levar de boa. Já a ultima semana foi a mais desgastante, não sentia insegurança quanto aos movimentos e a cicatrização, mas não estava preparado para abandonar o esse acessório de segurança, por isso era tentador ficar sem a cinta. Mas como um bom “CDF”, usei-a até sexagésimo dia.

A ansiedade pelos resultados já está mais controlada, as roupas estão mais folgadas e a pele começa a sobrar. É legal perceber no próprio corpo as mudanças em função da cirurgia e começar a cuidar mais de si mesmo.

“Hoje!”

sexta-feira, 21 de março de 2008

A páscoa chegou!!!

“Ele pode comer doce?”.

“Coloque pedaços de chocolate meio amargo em uma tigela e coloque no microondas por 30 segundos, (se não ficar derretido, pode colocar a mais tempo). Enquanto isso você pega a forma e o chocolate branco. Quando acabar, bote o chocolate derretido na forma e coloque os pedaços de chocolate branco pelo meio, por baixo e por cima e coloque a outra parte da forma do ovo e coloque na geladeira até o dia seguinte.

Depois, pegue o ovo e abra (se não conseguir abrir não arrisque de quebrar ovo, coloque água na forma com o ovo dentro antes de tirar). Depois que abrir, pegue uma faca afiada e corte em forma de ovo de páscoa normal. Depois é só comprar o papel para embrulhar e pronto(*)”.
A Páscoa marca um período de renovação e deve ser lembrada com resignação e alegria, mas o bom mesmo, é que a época de comer chocolate, muito chocolate. Mas, um “gastroplastizado” pode comer chocolate? Depende!

Depende de a quanto tempo está operado, da dieta que esta seguindo, da quantidade, do momento que irá comer o chocolate e principalmente do organismo... se o organismo não aceitar o chocolate, pode esquecer.

Uma dica que pode valer ouro nesse feriado: Prefira comer doces após as refeições, assim a porção ingerida é menor e o risco de dumping também diminui.

Seu médico é a pessoa ideal a lhe dizer se a cesta do seu “coelhinho da páscoa” será recheada ou não, por isso antes de sair por ai mastigando, troque uma idéia com ele.

Feliz páscoa!

“Pode!”

(*)A receita apresentada neste post foi retirada dessa página: http://tudogostoso.uol.com.br/receita/8237-ovo-de-pascoa-de-chocolate.html#

sexta-feira, 14 de março de 2008

Expectativas ou simplesmente cobranças?

“Grande Gustavão, emagrecendo muito?”

Dívida ou crédito? É isso mesmo, temos uma dívida ou um crédito com o nosso peso?

Fazer a cirurgia de redução do estômago é uma importante decisão em nossas vidas, mudamos hábitos, pensamentos, alimentação, peso e auto-estima. Sempre de uma maneira positiva, passando a gostar mais de nós mesmos.

E o processo de melhoria, como se dá? Essa resposta só terei daqui alguns meses, mas as cobranças já fazem parte do meu dia-a-dia. São cobranças diferentes das do passado, mas ainda sim cobranças.

Antes a postura era mais agressiva, mais direta: “Quando você vai cuidar desse peso?” ou “Cara, se você não emagrecer, você vai morrer!”.

Com a notícia da cirurgia, a admiração aparece: “Quanta coragem, parabéns!”, “Sério... que legal... quando vai ser?”.

Depois da cirurgia voltam as cobranças, dessa vez de uma maneira mais sutil, menos agressiva, mas ainda sim cobranças:“Grande Gustavão, já emagreceu quanto?”, “Já perdeu muita roupa?”, “Não vá toma leite-moça de canudinho, heim!”.

Hoje, além de perceber as expectativas das pessoas, você também se cobra pelos resultados. É comum se perguntar sobre os resultados ainda inalcançados ou se estamos no caminho certo, mas fique tranqüilo. O caminho é certo e apesar de seu peso ser um débito seu, você é o principal credor da sua vida.

“Até agora 20 quilos!”

quarta-feira, 5 de março de 2008

Uma conversa confortante.

“Você reduziu?”

Os iguais se reconhecem! Alguém disse isso em algum livro que li. Se estiver errado, não tem problema, essa é uma boa frase para iniciar o post de hoje.

Uma menina me abordou perguntando se havia reduzido o estômago, com espanto, respondi que sim. Ela abriu um sorriso e disse: “Eu também operei, faz dois anos”. Foi muito legal ter contato – pessoalmente – com alguém que passou pelas mesmas coisas que estou passando.

Parecia uma criança curiosa, “cuspindo” uma pergunta atrás da outra para aquela pobre pessoa, que se mostrou atenciosa e respondeu a todas as perguntas. Ela me contou que hoje leva uma vida normal, não tem problemas com a alimentação, mastigação e dumping e afirma que foi o melhor investimento que fez na vida.

Meus questionamentos são cada vez mais raros, os desconfortos com a alimentação sólida são menores a cada dia e conversar com alguém que fez a cirurgia, mostra que a vida de pós-operado não é o bicho de sete cabeças que parecia ser.

“Eu também! Faz dois anos.”

domingo, 2 de março de 2008

Um novo jeito de olhar o cardápio.

“Não vai comer sobremesa?”

Sentar a mesa não é mais como antes. Até o dia da cirurgia, quando olhava o cardápio, pensava da seguinte forma: “Será o suficiente?”. Sempre escolhia porções fartas e não era incomum pedir mais de um prato. Geralmente comia tudo, até me empanzinar.

O fato de pedir muita comida não significa que era comida ruim, gostava de bons pratos, mas sempre exagerava na dose. E depois da cirurgia? Como é ir a um restaurante?

Ao abrir o menu você vê uma infinidade de comidas deliciosas: “Hum! Quero isso, quero esse, mais esse e esse também! Mas... isso tudo vai caber?”. Hoje, a escolha é feita pelo paladar, não mais pelos olhos, e o tamanho da porção ainda tem sua importância, mas a preocupação agora é: “não será muito?”.

Por isso, quando me programo para ir a um restaurante, saiu de casa pensando no tipo de comida que quero comer, e a escolha é feita com critérios de um bom gourmet. Procurando o sabor e a satisfação que terei ao final da refeição.

“Não tem espaço”

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Os primeiros resultados.

“Vamos para a balança?”

Hoje completa um mês de cirurgia, foram trinta dias de momentos de ansiedade, nostalgia, questionamento, expectativas e cobranças. Foi um período de muita reflexão e do exercício do autoconhecimento.

A fase mais complicada do processo está ficando para trás, já passou a etapa dos líquidos, a alimentação pastosa já não é mais predominante. E o cardápio de agora? “Você pode comer de tudo” – disse a médica – “Mas lembre-se de comer com calma e mastigar direito”.

Emagreci 11% do meu peso original (160 kg), foi bem legal subir na balança e ver que a coisa já dá resultados. Visualmente ainda não para notar muita diferença, mas no espelho, já vejo sutis mudanças, no guarda roupa, um pouco mais de conforto. E no “busão”? Ainda passo apertado na catraca, mas sem ter que me espremer e contorcer.

Agora é esperar a próxima etapa, daqui a trinta dias, e conferir mais resultados.

“Parabéns, emagreceu 19 quilos!”

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Um ciclo que chega ao fim

Essa semana completa o primeiro mês de minha cirurgia. De lá pra cá foram 13 “posts”, vários comentários, alguns quilos e centímetros que se foram. Com o final desse primeiro mês chega também o fim da primeira enquete do Blog: “Você acha a cirurgia bariátrica perigosa?”

Ao todo foram 37 votos: 8% deles (3 votos) afirmaram não saber a resposta, 37% (14 votos) consideraram a cirurgia perigosa e mais da metade das pessoas - 54% (20 votos) – disseram que o procedimento não oferece perigo. A amostra é pequena, mas já dá para ter uma noção de como a cirurgia é vista pela sociedade.

O objetivo do blog é compartilhar as sensações, os sentimentos e as mudanças pelos quais os já operados passaram e mostrar como é o processo para quem tem interesse em operar. Por isso, uma nova enquete entra no “ar”: Por que você fez ou faria a cirurgia bariátrica?

É muito confortante saber que mais pessoas passaram pelo que estou passando. Acredito que, com o tempo, as dificuldades da recuperação cessarão e ficará um sentimento fraterno de carinho e atenção deixados pelos novos amigos.

Abraços e até o próximo “post”.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Momentos de reflexão.

“Você operou?”

Essa semana começou minhas aulas na faculdade e alguns professores me elogiaram pela coragem de encarar tal cirurgia. Todos se mostram interessados, perguntam como foi, se doeu, o que mudou, o que posso e o que não posso comer. É muito legal isso, da um “quê” de garoto mais popular da classe. Mas!

Sabe quando a gente se pergunta se deveríamos ter feito algo que fizemos? Com tudo que aconteceu, toda essa mudança e essa readaptação, às vezes, me pego pensando se valeu mesmo à pena ter operado.

Ainda é muito cedo para ver e sentir resultados concretos, ainda estou na fase de adaptação, e o que imaginava ser moleza, não é tão fácil assim. A quantidade de comida não é problema, não tenho fome. O incomodo? É a sensação de desconforto quando damos uma garfada mais generosa, mastigamos menos que o devido ou mordemos uma fruta com maior avidez.

Por isso, nessas horas procuro manter a calma, a concentração e não me cobrar de resultados ainda distantes. Falo para todos, e inclusive para mim mesmo, que não me arrependo de ter operado e nos momentos de dúvida, lembro que em breve terei uma vida “normal” e muito melhor.

“E aí, já emagreceu quanto?”

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Reaprendendo comer

“Hum! O que você está comendo?”

Comer é bom, né? Hoje tive minha primeira refeição de verdade, comi gnochi (nhoque), brócolis e carne (bem molinha).

Desde quarta-feira (06/02) venho comendo coisas mais pastosas, purê de batata, legumes refogados e amassados, sopas batidas e sem passar pelo coador, pão de forma sem casca e coisas com texturas parecidas, mas esperei até hoje para contar algo com mais conteúdo.

Em minha opinião, é fase mais perigosa do processo. É o período onde você reaprende a dosar, mastigar e a perceber quando você está satisfeito, e não adianta forçar achando que é só espremer que cabe mais, porque não cabe.

Certos alimentos vão sem problemas, já outros, causam desconforto na hora de engolir e até mesmo depois da refeição. Conversando com operados “mais experientes”, esses desconfortos diminuem com o passar do tempo.

Bom! Recomendo, de experiência própria, aos que forem operar muito cuidado e paciência nessa fase de sua reeducação alimentar e bom apetite...

“Pão na chapa, mas você não pode!”

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Bye Bye dreno! E os pontos também

“Quem ta ganhando o jogo?”

Perder é bom! Pela primeira vez fiquei feliz por perder alguma coisa. Com dezesseis dias de operados tirei o dreno e os pontos da cirurgia. Na verdade já havia uma semana que estava sem o dreno, mas achei mais interessante comentar sobre esse assunto de uma única vez.

Conforme os dias passam, vou me sentindo cada vez mais livre e sem ter o dreno pendurado em minha barriga, deixo de me sentir como o personagem do romance do J. R. R. Tolkien, que tinha de carregar um “fardo” por sua jornada. Melhorou o sono, a disposição física e diminuiu a tensão muscular, coisa que já havia comentado por aqui.

Toda a cirurgia solta uma secreção e os cuidados com a higiene devem ser diário. Essa “gordurinha” vazou por alguns pontos do corte por vários dias e a troca do curativo teve de ser feita pelo menos duas vezes ao dia. Uma dica para não suja sua roupa e até mesmo a cinta elástica é usar absorvente feminino sobre o corte. Com o passar dos dias esse “vazamento” diminuí até não ter fluido algum (no meu caso foram doze dias).

A retirada dos pontos mostra que a cicatrização do corte está boa, mas não dispensa o uso da cinta elástica, que deve ser minha parceira por mais 45 dias: “...ficar sem cinta? Só na hora de dormir!”.

Cada vez me sinto mais próximo do meu dia-a-dia!

“Eu! Mas eu dei uma roubadinha no tio Gustavo”

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Síndrome de dumping

“O Gustavo está com moleza e suando frio...”

“Posso comer doces e gorduras ?” é assim que o site do Instituto Garrido* apresenta a questão do dumping no processo de redução do estômago.

Toquei nesse assunto porque hoje tive minha primeira experiência com a chamada “síndrome de dumping”: foi com um copo de suco de laranja. Atento a outras coisas, acabei bobeando com os líquidos que devem ser tomados durante a tarde e por volta das 17h00, tomei meio copo de suco de laranja. Dito e feito: em questão de minutos senti moleza, um pouco de frio e vontade de ir ao banheiro.

Liguei para minha médica, que me orientou a deitar e esperar, pois essa sensação ruim iria passar logo.Ela já havia comentado sobre essa possibilidade e que – até então – não havia acontecido. A sensação foi assustadora - principalmente pelo fato de não conhecer os sintomas - mas em 20 minutos eu já estava bem.

De acordo com o site do Instituto Garrido o que causa o “dumping” são alimentos doces e calóricos como: pudins, sundaes, Milk-shakes, sorvetes, leite condensado entre outros.

Minha endocrinologista me orientou a comer doces somente após ter ingerido algum tipo de comida salgada, que, além diminuir a porção do doce, colabora com a perda de peso e previne o “dumping”.

“...fala para ele deitar que logo vai passar.”

* http://www.institutogarrido.com.br/

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Como cansa não poder fazer nada!!!

“Você me ajuda a levantar?”

Hoje completa 7 dias de operado, tudo caminha bem: a dieta à base de líquidos, a cinta elástica para proteger o abdômen, a meia de media-compressão para as pernas, a cicatrização da cirurgia, etc.

O principal fato de desconforto é na hora de dormir, pois com os movimentos limitados e o medo de se mexer, encontrei dificuldades para dormir. Sempre durmo tenso, a conseqüência disso é uma tensão muscular que acompanha o tempo todo.

Para mim, a início do dia é o melhor momento para fazer tudo: ler, responder e-mails, navegar na internet, tomar banho (banho quente ajuda a relaxar bastante as costas). Assim aproveito meu “melhor” momento do dia para produzir. À tarde procuro relaxar o máximo possível, assistindo TV ou lendo livros no sofá.

Todas essas limitações de movimentos fazem de você um dependente de ajuda, isso é bem descrito na musica dos Beatles, e os caras sabiam o que cantavam:

“Help! I need somebody,
Help! Not just anybody,
Help! You know i need someone, help.

When i was younger, so much younger than today,
I never needed anybody's help in any way.
But now these days are gone, i'm not so self assured,
Now i find i've changed my mind i've opened up the doors.

Help me if you can, i'm feeling down
And i do appreciate you being around.
Help me get my feet back on the ground,
Won't you please, please help me...”

Por isso é importante também se preocupar com quem irá ficar do seu lado nesse recomeço, reconhecer e agradecer aqueles que irão “te ajudar a por seus pés de volta no chão”.

“Claro, anjinho!”

sábado, 26 de janeiro de 2008

Não há nada como o nosso lar!!!

“Cadê o tio Gustavo”

Em algumas situações chegar em casa vale mais do que qualquer coisa. Ontem era 14h00 quando a médica me disse: “vamos para casa?”. Cara, eu não podia me controlar, já arrumei as coisas e acelerei, e fui para a minha casa (de passageiro, no banco de trás e bem calminho).

A cama e o sofá não são preparados para receber um operado como eu, mas só de não ter ninguém para me acordar de hora em hora para checar minha pressão ou então para dar remédios, já compensa tudo.

A cirurgia foi super tranqüila, entrei no centro cirúrgico à 13h30, e retornei ao quarto às 21h30. O único momento de desconforto foi na recuperação da anestesia. Você não sabe se está acordado ou dormindo, tudo fica amortecido, inclusive seus pensamentos.

No quarto a coisa se acalma, a anestesia já não tem tanta influência, mas o sono bate e você dorme a maior parte do tempo.

Na primeira noite acordei com muito calor e uma inquietação animal, o enfermeiro teve muita paciência comigo, me mudando de posição e ligando o ar-condicionado do quarto. Essas mudanças foram suficientes para me acalmar e voltar a dormir.

A dieta... Ah! A dieta... Líquido, somente líquido e de vez em quando uma “aguazinha” para variar, é isso mesmo, pode esquecer qualquer tipo de sólido no seu estômago por um bom tempo.

Mas isso é o assunto do próximo post, até lá.

“O tio Gustavo tá tomando banho e depois vai deitar por causa da cirurgia, por quê?” – “É que eu queria brincar de X-Men com ele”.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

O grande dia

“Está pronto?”

Depois de três meses de espera o grande dia chegou, minha cirurgia está marcada para as 13h30 de hoje (22/01), ainda me preocupo com o pós-cirúrgico. Meu jeito metódico me deixa inseguro quando tenho respostas evasivas e diversas.

Ao questionar a equipe médica e pós-operados, tive disversos tipos de resposta, desde “tive uma noite terrível” até “foi super tranqüilo”. Essa incerteza do que pode acontecer me deixa inquieto, mas nada que me afete drasticamente.

A internação no hospital aconteceu na noite anterior à cirurgia. Tomei um medicamento para ativar minha circulação sanguínea durante a operação e comecei o jejum (total) de doze horas.

Apesar de estranhar a cama do hospital (muito dura e alta), a noite foi tranqüila, a fome começa a bater, mas faltando alguns minutos para a hora marcada isso torna-se um simples detalhe.

“Sim”

sábado, 19 de janeiro de 2008

Médicos e loucos.

“Você vai operar? Cuidado com a anestesia!”, ou então “Cara, você vai viver o resto da vida sob privação”, e por aí vai. Todos entendem alguma coisa quando o assunto é saúde.

Nesses momentos me lembro das personagens (*) do romance escocês do século XIX, “O médico e o monstro”. Me pergunto se as pessoas encarnam o Dr. Henry Jekill tentando liberar seu obscuro (Mr. Hyde) ou se é o contrário.

Fico incomodado com esses comentários. Me dá sensação de que as pessoas estão tentando me assustar ou me convencer do contrário, mas o que mais me incomoda mesmo, é que na maioria das vezes, nenhuma delas tem propriedade no que fala.

Antes de se decidirem por fazer - ou não - a cirurgia, conversem com pessoas e seus familiares que já passaram pelo processo, com médicos e profissionais que conheçam o procedimento. Por mais boa-fé que as pessoas tenham, seus comentários nem sempre ajudam.

Afinal de médico e louco, todo mundo tem um pouco. (risos)

(* Sim, personagens é uma expressão feminina, porque você “veste uma persona” – Nota da namorada).

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Dois pesos, duas medias!

Todo mundo “puxa a sardinha” para o seu lado, sempre buscando se proteger ou então para ter uma vantagem pessoal, o motivo é menos importante nesse post.

O que quero dizer é que todo gordo tenta – sem sucesso – disfarçar seu peso. Seja usando roupas mais largas, afirmando pesar menos do que a balança mostra, aumentando a altura, entre outras coisas. E a sociedade também colabora com essa situação.

Expressões como: fofinho, gordinho, forte, cheinho servem para amenizar, o que em alguns casos é um problema pessoal (clínico ou de auto-estima). Por isso acho que tão importante quanto escolher operar é se perceber/conhecer. Lembro da primeira vez que vi quão grande eu sou. Estava no metrô e vi meu reflexo no vidro da porta e pensei: “nossa”.

Alguns “gordinhos”, conseguem levar a relação com seu tamanho na “boa”, um exemplo legal disso é o Jô Soares. É comum quando um convidado faz algum comentário sobre o tamanho ou peso do apresentador e fica sem graça, para quebrar o gelo o Jô logo emenda: “Gordo mesmo”.

Para, ver, sentir e perceber a evolução da perda de peso, separei duas peças de roupas (uma camisa e uma bermuda) que me servirão de referência para meu peso/tamanho de antes e após a cirurgia. Aproveitei também para medir todas as partes do meu corpo, e o resultado foi esse:

Altura: 1,74
Peso: 160 kg
IMC: 52,8
Coxa direita: 70 cm
Coxa esquerda: 73 cm
Braço direito: 48 cm
Braço esquerdo: 48 cm
Cintura: 150 cm
Quadril: 138 cm
Peito: 135 cm
Ombro: 52 cm
Pescoço: 47,6 cm

Agora é acompanhar a evolução do “regime”.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Avaliação psicológica.

Depois de passar por toda a tenção com os exames médicos, chega a vez de examinar a cabeça. Vários questionamentos me passaram: Será que tenho algum problema? Será que vai dar certo? Será que tenho alguma compulsão? Quais são as perguntas que vão me fazer?

Na verdade, a avaliação foi super tranqüila, o psicólogo da equipe (tai um assunto que preciso falar: a equipe médica) fez uma análise de quais são as minhas expectativas em relação à cirurgia, explicando o que muda e o que não muda após o processo.

Em alguns casos é necessário que o paciente faça acompanhamento psicológico por algum tempo, freqüentando a sessões, assistindo palestras ou então participando de grupos de discussão com pessoas já operadas.

No meu caso, três sessões foram suficientes para ter um parecer, isso não elimina a necessidade de um acompanhamento pós-cirúrgico, o que só vou descobrir de pois da cirurgia. Não precisei participar de palestra ou grupo de discussão mas é um dos processos que tenho interesse em conhecer.

Faço terapia (com um profissional independente da equipe médica) há um ano e meio. Esse "tratamento" me ajudou sobre minha auto-percepção e conhecimento.A terapia me deu maturidade e segurança na decisão sobre a cirurgia, vale à pena.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

E vamos aos exames.

É muito exame: hemograma completo, colesterol, triglicérides, diabetes, tempo de coagulação, eletrocardiograma, eco-cardiograma, ultra-som (total) do abdômen, DST, hepatite (todas), raio-x do tórax, endoscopia do estômago. Ufa! Parece infindável, mas dá para fazer de boa, o mais desconfortável foi a endoscopia, que além de ter de ficar de jejum por 12 horas, o anestésico me deixou “grogue” o dia todo.

Tudo isso é para saber se a cirurgia é viável e se não gera algum tipo de risco para a sua saúde. Os resultados estão dentro dos padrões de uma pessoa saudável, a não ser...

... A não ser por uma leve anemia, isso mesmo A N E M I A, e uma gastrite. Nada que uns remedinhos não resolvam.

Passada essa etapa, seguimos para a avaliação psicológica...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Visita ao médico

"Que bom que você decidiu fazer a cirurgia". Foi com essas palavras que a médica, uma endocrinologista da cidade de Sorocaba, reagiu quando contei sobre minha escolha. Já havia feito um tratamento para emagrecer com ela, por isso ela já conhecia meu perfil e histórico.

Somente com a médica soube que não é necessário fazer um tratamento pré-operatório e só era necessário alguns exames, e avaliação com uma nutricionista e com uma psicóloga. Ufa! Poderei fazer a cirurgia...

A equipe para o tratamento é formada por um cirurgião, um endócrino, um psicólogo e um nutricionista. O primeiro passo foi marcar uma consulta com o cirurgião – no meu caso cirurgiã – e entender todo o procedimento técnico, depois é fazer os exames que os dois médicos pediram.

E vamos aos laboratórios.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Primeiro Post

Em um feriado chuvoso, li um especial sobre a cirurgia de redução do estomago. Já havia algum tempo que meu peso me incomodava, havia feitos alguns regimes de sucesso a médio e longo prazo e minha preocupação com a saúde estava me deixando inquieto.

Era 12 de outubro, resolvi marca uma consulta com minha médica (endocrenologista) para saber os requisitos, recursos e procedimentos para a cirurgia. Isso só aconteceria 40 dias depois.

Nesse tempo, "googlei" diversas vezes sobre a cirurgia bariátrica, informações você encontra aos montes. O que corta, como corta, quem faz, onde faz, quais os perigos, quais as vantagens, etc. mas não encontrei nenhuma informação sobre o que acontece antes da cirurgia. Quanto tempo é preciso para fazer a cirurgia, quais exames, se é necessário fazer acompanhamento psicológico, quais são as contra indicações, etc. Confesso que isso me deixou frustrado e ansioso, muito ansioso. Mas estava decidido, era só uma questão de tempo para estar cara-a-cara com a médica se saber o que iria acontecer.