terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Como cansa não poder fazer nada!!!

“Você me ajuda a levantar?”

Hoje completa 7 dias de operado, tudo caminha bem: a dieta à base de líquidos, a cinta elástica para proteger o abdômen, a meia de media-compressão para as pernas, a cicatrização da cirurgia, etc.

O principal fato de desconforto é na hora de dormir, pois com os movimentos limitados e o medo de se mexer, encontrei dificuldades para dormir. Sempre durmo tenso, a conseqüência disso é uma tensão muscular que acompanha o tempo todo.

Para mim, a início do dia é o melhor momento para fazer tudo: ler, responder e-mails, navegar na internet, tomar banho (banho quente ajuda a relaxar bastante as costas). Assim aproveito meu “melhor” momento do dia para produzir. À tarde procuro relaxar o máximo possível, assistindo TV ou lendo livros no sofá.

Todas essas limitações de movimentos fazem de você um dependente de ajuda, isso é bem descrito na musica dos Beatles, e os caras sabiam o que cantavam:

“Help! I need somebody,
Help! Not just anybody,
Help! You know i need someone, help.

When i was younger, so much younger than today,
I never needed anybody's help in any way.
But now these days are gone, i'm not so self assured,
Now i find i've changed my mind i've opened up the doors.

Help me if you can, i'm feeling down
And i do appreciate you being around.
Help me get my feet back on the ground,
Won't you please, please help me...”

Por isso é importante também se preocupar com quem irá ficar do seu lado nesse recomeço, reconhecer e agradecer aqueles que irão “te ajudar a por seus pés de volta no chão”.

“Claro, anjinho!”

sábado, 26 de janeiro de 2008

Não há nada como o nosso lar!!!

“Cadê o tio Gustavo”

Em algumas situações chegar em casa vale mais do que qualquer coisa. Ontem era 14h00 quando a médica me disse: “vamos para casa?”. Cara, eu não podia me controlar, já arrumei as coisas e acelerei, e fui para a minha casa (de passageiro, no banco de trás e bem calminho).

A cama e o sofá não são preparados para receber um operado como eu, mas só de não ter ninguém para me acordar de hora em hora para checar minha pressão ou então para dar remédios, já compensa tudo.

A cirurgia foi super tranqüila, entrei no centro cirúrgico à 13h30, e retornei ao quarto às 21h30. O único momento de desconforto foi na recuperação da anestesia. Você não sabe se está acordado ou dormindo, tudo fica amortecido, inclusive seus pensamentos.

No quarto a coisa se acalma, a anestesia já não tem tanta influência, mas o sono bate e você dorme a maior parte do tempo.

Na primeira noite acordei com muito calor e uma inquietação animal, o enfermeiro teve muita paciência comigo, me mudando de posição e ligando o ar-condicionado do quarto. Essas mudanças foram suficientes para me acalmar e voltar a dormir.

A dieta... Ah! A dieta... Líquido, somente líquido e de vez em quando uma “aguazinha” para variar, é isso mesmo, pode esquecer qualquer tipo de sólido no seu estômago por um bom tempo.

Mas isso é o assunto do próximo post, até lá.

“O tio Gustavo tá tomando banho e depois vai deitar por causa da cirurgia, por quê?” – “É que eu queria brincar de X-Men com ele”.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

O grande dia

“Está pronto?”

Depois de três meses de espera o grande dia chegou, minha cirurgia está marcada para as 13h30 de hoje (22/01), ainda me preocupo com o pós-cirúrgico. Meu jeito metódico me deixa inseguro quando tenho respostas evasivas e diversas.

Ao questionar a equipe médica e pós-operados, tive disversos tipos de resposta, desde “tive uma noite terrível” até “foi super tranqüilo”. Essa incerteza do que pode acontecer me deixa inquieto, mas nada que me afete drasticamente.

A internação no hospital aconteceu na noite anterior à cirurgia. Tomei um medicamento para ativar minha circulação sanguínea durante a operação e comecei o jejum (total) de doze horas.

Apesar de estranhar a cama do hospital (muito dura e alta), a noite foi tranqüila, a fome começa a bater, mas faltando alguns minutos para a hora marcada isso torna-se um simples detalhe.

“Sim”

sábado, 19 de janeiro de 2008

Médicos e loucos.

“Você vai operar? Cuidado com a anestesia!”, ou então “Cara, você vai viver o resto da vida sob privação”, e por aí vai. Todos entendem alguma coisa quando o assunto é saúde.

Nesses momentos me lembro das personagens (*) do romance escocês do século XIX, “O médico e o monstro”. Me pergunto se as pessoas encarnam o Dr. Henry Jekill tentando liberar seu obscuro (Mr. Hyde) ou se é o contrário.

Fico incomodado com esses comentários. Me dá sensação de que as pessoas estão tentando me assustar ou me convencer do contrário, mas o que mais me incomoda mesmo, é que na maioria das vezes, nenhuma delas tem propriedade no que fala.

Antes de se decidirem por fazer - ou não - a cirurgia, conversem com pessoas e seus familiares que já passaram pelo processo, com médicos e profissionais que conheçam o procedimento. Por mais boa-fé que as pessoas tenham, seus comentários nem sempre ajudam.

Afinal de médico e louco, todo mundo tem um pouco. (risos)

(* Sim, personagens é uma expressão feminina, porque você “veste uma persona” – Nota da namorada).

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Dois pesos, duas medias!

Todo mundo “puxa a sardinha” para o seu lado, sempre buscando se proteger ou então para ter uma vantagem pessoal, o motivo é menos importante nesse post.

O que quero dizer é que todo gordo tenta – sem sucesso – disfarçar seu peso. Seja usando roupas mais largas, afirmando pesar menos do que a balança mostra, aumentando a altura, entre outras coisas. E a sociedade também colabora com essa situação.

Expressões como: fofinho, gordinho, forte, cheinho servem para amenizar, o que em alguns casos é um problema pessoal (clínico ou de auto-estima). Por isso acho que tão importante quanto escolher operar é se perceber/conhecer. Lembro da primeira vez que vi quão grande eu sou. Estava no metrô e vi meu reflexo no vidro da porta e pensei: “nossa”.

Alguns “gordinhos”, conseguem levar a relação com seu tamanho na “boa”, um exemplo legal disso é o Jô Soares. É comum quando um convidado faz algum comentário sobre o tamanho ou peso do apresentador e fica sem graça, para quebrar o gelo o Jô logo emenda: “Gordo mesmo”.

Para, ver, sentir e perceber a evolução da perda de peso, separei duas peças de roupas (uma camisa e uma bermuda) que me servirão de referência para meu peso/tamanho de antes e após a cirurgia. Aproveitei também para medir todas as partes do meu corpo, e o resultado foi esse:

Altura: 1,74
Peso: 160 kg
IMC: 52,8
Coxa direita: 70 cm
Coxa esquerda: 73 cm
Braço direito: 48 cm
Braço esquerdo: 48 cm
Cintura: 150 cm
Quadril: 138 cm
Peito: 135 cm
Ombro: 52 cm
Pescoço: 47,6 cm

Agora é acompanhar a evolução do “regime”.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Avaliação psicológica.

Depois de passar por toda a tenção com os exames médicos, chega a vez de examinar a cabeça. Vários questionamentos me passaram: Será que tenho algum problema? Será que vai dar certo? Será que tenho alguma compulsão? Quais são as perguntas que vão me fazer?

Na verdade, a avaliação foi super tranqüila, o psicólogo da equipe (tai um assunto que preciso falar: a equipe médica) fez uma análise de quais são as minhas expectativas em relação à cirurgia, explicando o que muda e o que não muda após o processo.

Em alguns casos é necessário que o paciente faça acompanhamento psicológico por algum tempo, freqüentando a sessões, assistindo palestras ou então participando de grupos de discussão com pessoas já operadas.

No meu caso, três sessões foram suficientes para ter um parecer, isso não elimina a necessidade de um acompanhamento pós-cirúrgico, o que só vou descobrir de pois da cirurgia. Não precisei participar de palestra ou grupo de discussão mas é um dos processos que tenho interesse em conhecer.

Faço terapia (com um profissional independente da equipe médica) há um ano e meio. Esse "tratamento" me ajudou sobre minha auto-percepção e conhecimento.A terapia me deu maturidade e segurança na decisão sobre a cirurgia, vale à pena.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

E vamos aos exames.

É muito exame: hemograma completo, colesterol, triglicérides, diabetes, tempo de coagulação, eletrocardiograma, eco-cardiograma, ultra-som (total) do abdômen, DST, hepatite (todas), raio-x do tórax, endoscopia do estômago. Ufa! Parece infindável, mas dá para fazer de boa, o mais desconfortável foi a endoscopia, que além de ter de ficar de jejum por 12 horas, o anestésico me deixou “grogue” o dia todo.

Tudo isso é para saber se a cirurgia é viável e se não gera algum tipo de risco para a sua saúde. Os resultados estão dentro dos padrões de uma pessoa saudável, a não ser...

... A não ser por uma leve anemia, isso mesmo A N E M I A, e uma gastrite. Nada que uns remedinhos não resolvam.

Passada essa etapa, seguimos para a avaliação psicológica...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Visita ao médico

"Que bom que você decidiu fazer a cirurgia". Foi com essas palavras que a médica, uma endocrinologista da cidade de Sorocaba, reagiu quando contei sobre minha escolha. Já havia feito um tratamento para emagrecer com ela, por isso ela já conhecia meu perfil e histórico.

Somente com a médica soube que não é necessário fazer um tratamento pré-operatório e só era necessário alguns exames, e avaliação com uma nutricionista e com uma psicóloga. Ufa! Poderei fazer a cirurgia...

A equipe para o tratamento é formada por um cirurgião, um endócrino, um psicólogo e um nutricionista. O primeiro passo foi marcar uma consulta com o cirurgião – no meu caso cirurgiã – e entender todo o procedimento técnico, depois é fazer os exames que os dois médicos pediram.

E vamos aos laboratórios.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Primeiro Post

Em um feriado chuvoso, li um especial sobre a cirurgia de redução do estomago. Já havia algum tempo que meu peso me incomodava, havia feitos alguns regimes de sucesso a médio e longo prazo e minha preocupação com a saúde estava me deixando inquieto.

Era 12 de outubro, resolvi marca uma consulta com minha médica (endocrenologista) para saber os requisitos, recursos e procedimentos para a cirurgia. Isso só aconteceria 40 dias depois.

Nesse tempo, "googlei" diversas vezes sobre a cirurgia bariátrica, informações você encontra aos montes. O que corta, como corta, quem faz, onde faz, quais os perigos, quais as vantagens, etc. mas não encontrei nenhuma informação sobre o que acontece antes da cirurgia. Quanto tempo é preciso para fazer a cirurgia, quais exames, se é necessário fazer acompanhamento psicológico, quais são as contra indicações, etc. Confesso que isso me deixou frustrado e ansioso, muito ansioso. Mas estava decidido, era só uma questão de tempo para estar cara-a-cara com a médica se saber o que iria acontecer.