quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Os primeiros resultados.

“Vamos para a balança?”

Hoje completa um mês de cirurgia, foram trinta dias de momentos de ansiedade, nostalgia, questionamento, expectativas e cobranças. Foi um período de muita reflexão e do exercício do autoconhecimento.

A fase mais complicada do processo está ficando para trás, já passou a etapa dos líquidos, a alimentação pastosa já não é mais predominante. E o cardápio de agora? “Você pode comer de tudo” – disse a médica – “Mas lembre-se de comer com calma e mastigar direito”.

Emagreci 11% do meu peso original (160 kg), foi bem legal subir na balança e ver que a coisa já dá resultados. Visualmente ainda não para notar muita diferença, mas no espelho, já vejo sutis mudanças, no guarda roupa, um pouco mais de conforto. E no “busão”? Ainda passo apertado na catraca, mas sem ter que me espremer e contorcer.

Agora é esperar a próxima etapa, daqui a trinta dias, e conferir mais resultados.

“Parabéns, emagreceu 19 quilos!”

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Um ciclo que chega ao fim

Essa semana completa o primeiro mês de minha cirurgia. De lá pra cá foram 13 “posts”, vários comentários, alguns quilos e centímetros que se foram. Com o final desse primeiro mês chega também o fim da primeira enquete do Blog: “Você acha a cirurgia bariátrica perigosa?”

Ao todo foram 37 votos: 8% deles (3 votos) afirmaram não saber a resposta, 37% (14 votos) consideraram a cirurgia perigosa e mais da metade das pessoas - 54% (20 votos) – disseram que o procedimento não oferece perigo. A amostra é pequena, mas já dá para ter uma noção de como a cirurgia é vista pela sociedade.

O objetivo do blog é compartilhar as sensações, os sentimentos e as mudanças pelos quais os já operados passaram e mostrar como é o processo para quem tem interesse em operar. Por isso, uma nova enquete entra no “ar”: Por que você fez ou faria a cirurgia bariátrica?

É muito confortante saber que mais pessoas passaram pelo que estou passando. Acredito que, com o tempo, as dificuldades da recuperação cessarão e ficará um sentimento fraterno de carinho e atenção deixados pelos novos amigos.

Abraços e até o próximo “post”.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Momentos de reflexão.

“Você operou?”

Essa semana começou minhas aulas na faculdade e alguns professores me elogiaram pela coragem de encarar tal cirurgia. Todos se mostram interessados, perguntam como foi, se doeu, o que mudou, o que posso e o que não posso comer. É muito legal isso, da um “quê” de garoto mais popular da classe. Mas!

Sabe quando a gente se pergunta se deveríamos ter feito algo que fizemos? Com tudo que aconteceu, toda essa mudança e essa readaptação, às vezes, me pego pensando se valeu mesmo à pena ter operado.

Ainda é muito cedo para ver e sentir resultados concretos, ainda estou na fase de adaptação, e o que imaginava ser moleza, não é tão fácil assim. A quantidade de comida não é problema, não tenho fome. O incomodo? É a sensação de desconforto quando damos uma garfada mais generosa, mastigamos menos que o devido ou mordemos uma fruta com maior avidez.

Por isso, nessas horas procuro manter a calma, a concentração e não me cobrar de resultados ainda distantes. Falo para todos, e inclusive para mim mesmo, que não me arrependo de ter operado e nos momentos de dúvida, lembro que em breve terei uma vida “normal” e muito melhor.

“E aí, já emagreceu quanto?”

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Reaprendendo comer

“Hum! O que você está comendo?”

Comer é bom, né? Hoje tive minha primeira refeição de verdade, comi gnochi (nhoque), brócolis e carne (bem molinha).

Desde quarta-feira (06/02) venho comendo coisas mais pastosas, purê de batata, legumes refogados e amassados, sopas batidas e sem passar pelo coador, pão de forma sem casca e coisas com texturas parecidas, mas esperei até hoje para contar algo com mais conteúdo.

Em minha opinião, é fase mais perigosa do processo. É o período onde você reaprende a dosar, mastigar e a perceber quando você está satisfeito, e não adianta forçar achando que é só espremer que cabe mais, porque não cabe.

Certos alimentos vão sem problemas, já outros, causam desconforto na hora de engolir e até mesmo depois da refeição. Conversando com operados “mais experientes”, esses desconfortos diminuem com o passar do tempo.

Bom! Recomendo, de experiência própria, aos que forem operar muito cuidado e paciência nessa fase de sua reeducação alimentar e bom apetite...

“Pão na chapa, mas você não pode!”

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Bye Bye dreno! E os pontos também

“Quem ta ganhando o jogo?”

Perder é bom! Pela primeira vez fiquei feliz por perder alguma coisa. Com dezesseis dias de operados tirei o dreno e os pontos da cirurgia. Na verdade já havia uma semana que estava sem o dreno, mas achei mais interessante comentar sobre esse assunto de uma única vez.

Conforme os dias passam, vou me sentindo cada vez mais livre e sem ter o dreno pendurado em minha barriga, deixo de me sentir como o personagem do romance do J. R. R. Tolkien, que tinha de carregar um “fardo” por sua jornada. Melhorou o sono, a disposição física e diminuiu a tensão muscular, coisa que já havia comentado por aqui.

Toda a cirurgia solta uma secreção e os cuidados com a higiene devem ser diário. Essa “gordurinha” vazou por alguns pontos do corte por vários dias e a troca do curativo teve de ser feita pelo menos duas vezes ao dia. Uma dica para não suja sua roupa e até mesmo a cinta elástica é usar absorvente feminino sobre o corte. Com o passar dos dias esse “vazamento” diminuí até não ter fluido algum (no meu caso foram doze dias).

A retirada dos pontos mostra que a cicatrização do corte está boa, mas não dispensa o uso da cinta elástica, que deve ser minha parceira por mais 45 dias: “...ficar sem cinta? Só na hora de dormir!”.

Cada vez me sinto mais próximo do meu dia-a-dia!

“Eu! Mas eu dei uma roubadinha no tio Gustavo”

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Síndrome de dumping

“O Gustavo está com moleza e suando frio...”

“Posso comer doces e gorduras ?” é assim que o site do Instituto Garrido* apresenta a questão do dumping no processo de redução do estômago.

Toquei nesse assunto porque hoje tive minha primeira experiência com a chamada “síndrome de dumping”: foi com um copo de suco de laranja. Atento a outras coisas, acabei bobeando com os líquidos que devem ser tomados durante a tarde e por volta das 17h00, tomei meio copo de suco de laranja. Dito e feito: em questão de minutos senti moleza, um pouco de frio e vontade de ir ao banheiro.

Liguei para minha médica, que me orientou a deitar e esperar, pois essa sensação ruim iria passar logo.Ela já havia comentado sobre essa possibilidade e que – até então – não havia acontecido. A sensação foi assustadora - principalmente pelo fato de não conhecer os sintomas - mas em 20 minutos eu já estava bem.

De acordo com o site do Instituto Garrido o que causa o “dumping” são alimentos doces e calóricos como: pudins, sundaes, Milk-shakes, sorvetes, leite condensado entre outros.

Minha endocrinologista me orientou a comer doces somente após ter ingerido algum tipo de comida salgada, que, além diminuir a porção do doce, colabora com a perda de peso e previne o “dumping”.

“...fala para ele deitar que logo vai passar.”

* http://www.institutogarrido.com.br/